Informação

Informação

Informação é o resultado do processamento, manipulação e organização de dados, de tal forma que represente uma modificação (quantitativa ou qualitativa) no conhecimento do sistema (pessoa, animal ou máquina) que a recebe.

Informação enquanto conceito, carrega uma diversidade de significados, do uso cotidiano ao técnico. Genericamente, o conceito de informação está intimamente ligado às noções de restrição, comunicação, controle, dados, forma, instrução, conhecimento, significado, estímulo, padrão, percepção e representação de conhecimento.

É comum nos dias de hoje ouvir-se falar sobre a Era da Informação, o advento da "Era do Conhecimento" ou sociedade do conhecimento. Como a sociedade da informação, a tecnologia da informação, a ciência da informação e a ciência da computação em informática são assuntos e ciências recorrentes na atualidade, a palavra "informação" é freqüentemente utilizada sem muita consideração pelos vários significados que adquiriu ao longo do tempo.

Etimologia

De acordo com o Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa, informação vem do latim informatio,onis, ("delinear, conceber idéia"), ou seja, dar forma ou moldar na mente, como em educação, instrução ou treinamento.

 Informação como mensagem

Informação é o estado de um sistema de interesse (curiosidade). Mensagem é a informação materializada.

Informação é a qualidade da mensagem que um emissor envia para um ou mais receptores. Informação é sempre sobre alguma coisa (tamanho de um parâmetro, ocorrência de um evento etc.). Vista desta maneira, a informação não tem de ser precisa. Ela pode ser verdadeira ou mentirosa, ou apenas um som (como o de um beijo). Mesmo um ruído inoportuno feito para inibir o fluxo de comunicação e criar equívoco, seria, sob esse ângulo, uma forma de informação. Todavia, em termos gerais, quanto maior a quantidade de informação na mensagem recebida, mais precisa ela é.

Este modelo assume que há um emissor definido e ao menos um receptor. Refinamentos do modelo assumem a existência de uma linguagem comum entendida pelo emissor e ao menos por um dos receptores. Uma variação importante identifica a informação como algo que pode ser comunicado por uma mensagem do emissor para um receptor capaz de compreender a mensagem. Todavia, ao exigir a existência de um emissor definido, o modelo da informação como mensagem não acrescenta qualquer significado à idéia de que a informação é algo que pode ser extraída de um ambiente, por exemplo, através de observação, leitura ou medição.

Informação é um termo com muitos significados dependendo do contexto, mas como regra é relacionada de perto com conceitos tais como significado, conhecimento, instrução, comunicação, representação e estímulo mental. Declarado simplesmente, informação é uma mensagem recebida e entendida. Em termos de dados, pode ser definida como uma coleção de factos dos quais conclusões podem ser extraídas. Existem muitos outros aspectos da informação visto que ela é o conhecimento adquirido através do estudo, experiência ou instrução. Mas, acima de tudo, informação é o resultado do processamento, manipulação e organização de dados numa forma que se some ao conhecimento da pessoa que o recebe. A teoria da comunicação analisa a medida numérica da incerteza de um resultado. A teoria da comunicação tende a usar o conceito de entropia da informação, geralmente atribuído a C.E. Shannon. Outra forma de informação é a informação Fisher, um conceito de R.A. Fisher.

Mesmo que informação e dados sejam freqüentemente usados como sinônimos, eles realmente são coisas muito diferentes. Dados representam um conjunto de fatos não associados e como tal, não têm utilidade até que tenham sido apropriadamente avaliados. Pela avaliação, uma vez que haja alguma relação significativa entre os dados e estes possam mostrar alguma relevância, são então convertidos em informação. Agora, estes mesmos dados podem ser usados com diferentes propósitos. Assim, até que os dados expressem alguma informação, não são úteis.

 Medindo a entropia da informação

A visão da informação como mensagem entrou em destaque com a publicação em 1948 de uma influente dissertação de Claude Shannon, A Mathematical Theory of Communication. Esta dissertação fornece as fundações da teoria da informação e dota a palavra informação não somente de significado técnico mas também de medida. Se o dispositivo emissor é igualmente capaz de enviar qualquer um dentre um conjunto de N mensagens, então a medida preferida da "informação produzida quando uma mensagem é escolhida do conjunto" é o logaritmo da base dois de N (esta medida é chamada auto-informação). Neste artigo, Shannon prossegue:

A escolha de uma base logarítmica corresponde a escolha de uma unidade para medir a informação. Se a base 2 é usada, as unidades resultantes podem ser chamadas dígitos binários, ou mais resumidamente, bits, uma palavra sugerida por J. W. Tukey. Um dispositivo com duas posições estáveis, tais como um relé ou um circuito flip-flop, pode armazenar um bit de informação. N de tais dispositivos podem armazenar N bits…[1]

Um meio complementar de medir informação é fornecido pela teoria algorítmica da informação. Em resumo, ela mede o conteúdo de informação duma lista de símbolos baseando-se em quão previsíveis eles são, ou, mais especificamente, quão fácil é computar a lista através de um programa de computador: o conteúdo de informação de uma seqüência é o número de bits do menor programa capaz de computá-lo. A seqüência abaixo deveria ter uma medida de informação algorítmica muito baixa dado que é um padrão perfeitamente previsível e a medida que o padrão continua, a medida não deveria alterar-se. A informação de Shannon deveria retornar a mesma medida de informação para cada símbolo, visto que são estatisticamente aleatórios, e cada novo símbolo incrementaria a medida:

123456789101112131415161718192021

É importante reconhecer as limitações da teoria de informação tradicional e da teoria algorítmica de informação da perspectiva do significado humana. Por exemplo, ao referir-se ao conteúdo significante de uma mensagem, Shannon observou: "freqüentemente, mensagens possuem significado; estes aspectos semânticos da comunicação são irrelevantes para o problema de engenharia. O aspecto significativo é que a mensagem real é uma selecionada de um conjunto de mensagens possíveis" (grifo no original).

Michael Reddy observou que "'sinais' da teoria matemática são 'padrões que podem ser trocados'. Não há mensagem contida no sinal, os sinais expressam a capacidade de escolher dentre um conjunto de mensagens possíveis." Em teoria da informação, "o sistema deve ser projetado para operar com qualquer seleção possível, não apenas com aquela que será realmente escolhida, visto que esta é desconhecida ao tempo do projeto".[2]

Informação como padrão

Imagem de uma zebra construída em ASCII, sistema utilizado para codificar informações em computadores.

Informação é qualquer padrão representado. Esta visão não assume nem exatidão nem partes que se comuniquem diretamente, mas em vez disso, assume uma separação entre o obje(c)to e sua representação, bem como o envolvimento de alguém capaz de entender este relacionamento. Logo, este ponto de vista parece exigir uma mente consciente. Considere-se o seguinte exemplo: a estatística econômica representa uma economia, todavia de forma não precisa. O que é geralmente denominado como dados em computação, estatística e outros campos, são formas de informação neste sentido. Os padrões eletromagnéticos numa rede de computadores e dispositivos periféricos estão relacionados a algo além do padrão em si mesmo, tais como caracteres de texto para serem exibidos e entradas de teclado. Sinais, signos e símbolos estão também nesta categoria. Por outro lado, de acordo com a semiótica, dados são símbolos com uma sintaxe determinada e informação são dados com uma determinada semântica. Pintura e desenho contém informação ao nível em que representam algo tal como uma miscelânea de objetos sobre uma mesa, um retrato ou uma paisagem. Em outras palavras, quando um padrão de alguma coisa é transposta para o padrão de alguma outra coisa, o último é a informação. Este tipo de informação ainda assume algum envolvimento da mente consciente, seja da entidade construindo a representação, ou da entidade que a interpreta.

 Informação como estímulo sensorial

Frequentemente, a informação é vista como um tipo de estímulo a um organismo ou a um determinado dispositivo.

 Informação como uma influência que leva a transformação

Informação é qualquer tipo de padrão que influencia a formação ou transformação de outros padrões. Neste sentido, não há necessidade de que uma mente consciente perceba, muito menos reconheça, tal padrão.

 Informação como uma propriedade na física

Informação tem um papel bem definido em física. Exemplos disto incluem o fenômeno da armadilha quântica, onde partículas podem interagir sem qualquer referência a sua separação ou à velocidade da luz.

 Informação e dados

As palavras informação e dados, são intercambiáveis em muitos contextos. Todavia, não são sinônimos. Por exemplo, de acordo com a observação de Adam M. Gadomski (1993), dados é tudo que pode ser processado e as informações são dados que descrevem um domínio físico ou abstra(c)to.

 Informação como registros

Registros (ou registosPE) são uma forma especializada de informação. Essencialmente, registros são informações produzidas como subprodutos de actividades comerciais ou transações, ou conscientemente como um registo de tais actividades ou transações e retidas em virtude do seu valor.

 

Ciência da informação

Ciência da Informação é a ciência que estuda a informação desde a sua gênese até o processo de transformação de dados em conhecimento. Estuda ainda a aplicação da informação em organizações, seu uso, e estuda as interações entre pessoas, organização e sistemas de informação. Logística da Informação, planejamento de informação, modelagem de dados e análise, são as principais áreas de estudo. Entre outras áreas estão a teoria da organização. Todos os campos do conhecimento alimentam-se de informação, mas poucos são aqueles que a tomam por objeto de estudo e este é o caso da Ciência da Informação. Por outro lado, esta informação de que trata a Ciência da Informação movimenta-se num território multifacetado, tanto podendo ser informação numa determinada área quanto sob determinada abordagem.

Assim, informação, por ser objeto de estudo da Ciência da Informação, permeia os conceitos e definições da área. E, embora informação não possa ser definida nem medida, o fenômeno mais amplo que este campo do conhecimento pode tratar é a geração, transferência ou comunicação e uso da informação, aspectos contidos na definição de Ciência da Informação. Por outro lado, deve ser explicitado que, embora haja relação profunda entre conhecimento e informação, os dois termos são distintos, portanto, não são sinônimos e, na literatura, esta é uma questão recorrente.

Origens e Evolução da Ciência da Informação

Vannevar Bush publicou o artigo “As We May Think” no volume de julho de 1945 do The Atlantic Monthly[2], apontando os problemas decorrentes do volume e do valor da informação liberada após a segunda Guerra Mundial. Acabava a guerra, e a informação mantida secreta naquele período seria colocada á disposição do mundo. Designado pelo presidente Roosevelt, Dr. Vannevar Bush foi, de 1938 a 1942, o responsável pelo Comitê Nacional de Pesquisa, depois Office for Scientific Research and Development. A missão de Vannevar Bush foi a de congregar cerca de 6.000 cientistas americanos e europeus, para direcioná-los ao esforço de guerra. “As We May Think” versava sobre o problema da informação em ciência e tecnologia e os possíveis obstáculos que poderiam ser encontrados na sua organização e repasse sociedade. Os entraves seriam relativos:


a) à formação dos recursos humanos adequados;

b) ao material de armazenamento e recuperação existentes;

c) ao arcabouço teórico existente para organização e armazenamento da informação gerada durante a guerra.


O artigo de Bush apareceu primeiro em 1939, em uma carta ao editor da revista Fortune, mas teve sua histórica versão publicada no periódico Atlantic Monthly. Posteriormente a revista Life fez várias observações e chamadas sobre problema e o trabalho de Bush. Isso era o máximo de exposição de que uma questão poderia ter mídia da época. Vannevar Bush pode ser considerado o marco zero e 1945 o marco zero e 1945, a data de fundação da Ciência da Informação com a publicação de “As May Think”. Esse artigo indicou uma mudança de paradigma para área da informação em ciência e tecnologia, envolvendo: seus profissionais, seus instrumentos de trabalho e o envelhecimento das práticas de representação da informação para seu processamento, armazenagem e recuperação.

Bush introduziu a noção de associação de conceitos ou palavras na organização da informação, pois este seria o padrão que o cérebro humano utiliza para transformar informação em conhecimento. Indicou que os sistemas de classificação e indexação existentes à época eram limitadores e não-intuitivos. Os processos para armazenar e recuperar informação deveriam ser operacionalizados por associação de conceitos “como nós pensamos”.

A formação do profissional da informação foi dita conservadora para a época; Bush propôs o Memex como utensilio tecnológico para armazenar e recuperar documentos através de associação de palavras e, especialmente, advertiu que a base teórica na construção dos sistemas de ordenamento da informação estava, além de ultrapassada, errada. As ideias de Bush provocaram tamanho frisson na época que foram para em Londres. Em 1946, um ano após o término da Segunda Guerra, foi realizada em Londres a Royal Society Scientific Conference, na qual se discutiu muito pouco sobre, mas que levou à realização, em 1948, da Royal Society Scientific Information Conference. Cerca de 340 cientistas de diferentes áreas e documentalistas de todo mundo compareceram a essa conferência, que durou dez dias úteis. Os seus Proceedings Of the Conference on Scientific Information têm 743 pp., divididos em dois volumes e em quatro seções.

Os cientistas de quase todas as áreas tinham propostas para resolver os problemas da gestão da informação, mas para não perder o seu status acadêmico, a nova área foi criada com o nome de Ciência da Informação.

Na Inglaterra e no resto do mundo, esses acontecimentos, desde a publicação de “As We May Think” até a conferência de 1948 da Royal Society, provocaram uma dissensão com a Biblioteconomia que durou perto de 40 anos. Um ano após a conferência da Royal Society de Londres, Jason Farradane, J. Bernal e outros criaram O Institute for Information Scientists, para acolher as novas ideias e os novos pesquisadores surgidos nessa “nova” área. Nesta mesma época, em 1952, foi criado pelo grupo dos Cientistas da Informação o Classification Research Group, para propor novas teorias de armazenamento e recuperação da informação. O problema da época era o grande volume de informação e sua gestão. Os profissionais que fundaram o Institute for Information Scientists criaram sob o comando de Ferradane o primeiro curso de pós-graduação em Ciência da Informação na The City University, anteriormente Northampton College of High Tecnology, localizado em Londres, Inglaterra. Mensageira do futuro, a área foi criada em uma faculdade de alta tecnologia e vinculada inicialmente ao Business Administration Centre da Universidade (Centro de Administração e Negócio).

O Surgimento dos Sistemas Automatizados de Recuperação da Informação é considerado o sustentáculo para surgimento da Ciência da Informação. A situação após a Segunda Guerra despertou, notadamente nos países desenvolvidos, um grande interesse pelas atividades de ciência e tecnologia, ocasionando um aumento considerável de conhecimentos. Esse Fenômeno, denominado como “explosão de informação”, caracterizou-se por um crescimento exponencial de registros de conhecimento, particularmente em ciência e tecnologia. Tal fenômeno trazia em seu bojo um problema básico, que era a tarefa de tornar mais acessível um acervo crescente, proveniente daqueles registros.

O emprego do computador no tratamento e na recuperação da informação de maneira sistemática trouxe novas perceptivas para serviços de bibliotecas e de informação, notadamente, nas indústrias. O computador permite um comportamento mais preciso e racional no tratamento da informação, além de possibilitar a manipulação de grade dados. O trabalho com a recuperação de informações deu subsídio para o desenvolvimento de inúmeras aplicações bem-sucedidas (produtos, sistemas, redes, serviços).[3]

[editar] Gênese da Ciência da Informação

A Ciência da Informação nasceu para resolver um grande problema, que foi também grande preocupação tanto para Documentação quanto da Recuperação da Informação. Que é o de reunir, organizar e tornar acessível o conhecimento cultural, científico e tecnológico produzindo em todo mundo.

Um evento importante para o desenvolvimento da área, foi quando passou por uma acentuada evolução após Segunda Guerra Mundial, ocasionada pelo surgimento da Teoria da Matemática da Informação, descrita por Shanon e Weaver no final dos anos 1940. Essa teoria, adotada por muitas outras áreas, explica os problemas de transmissão de mensagens através de canais mecânicos de comunicação. O princípio de toda comunicação implica na transmissão de uma mensagens entre uma fonte(emissor) e um destino (receptor) utilizando um canal. O emissor ou fonte pode ser um individuo , um grupo ou um empresa. O receptor ou destinatário e quem recebe a mensagem. Esse modelo de comunicação, elaborado por engenheiros para comunicação entre máquinas, não atendeu às necessidades teóricas da Ciência da Informação, mas vez que, ao se que chegam em todos os lados, sendo necessária uma seleção para compreender aquelas que interessam particularmente a um individuo. A data de 1958 é assinalada como uns dos marcos na formalização da nova disciplina, quando foi fundado, no Reino unido, o Institute of Information Scientists (IIS).Na industria moderna houve um acrescente demanda de informação para maior desempenho das organizações. Como a atividade se expandiu e se formalizou, houve necessidade de treinamento para aqueles que optavam por essa atividade, o conjunto desse treinamento passou a se chamar “Ciência da Informação”. O uso do termo cientista da informação pode ter tido a intenção de distinguir os cientistas de laboratório, uma vez que o interesse principal daqueles membros era a organização da informação científica e tecnológica. Os membros denominados cientistas da informação eram profissionais de várias disciplinas que se dedicavam às atividades de organizar e suprir de informação científica.

Os avanços da informática desde a década de 1960 transformaram e estimularam as atividades de armazenamento e recuperação da informação. Com a utilização do computador , a Ciência da Informação passou a enfrentar novos desafios. Assim , da atividade de recuperar informações emergiram novas questões a serem estudadas, necessidades de novas conceituações e construções teóricas, empíricas e pragmáticas. O impacto dos computadores e das telecomunicações no gerenciamento da informação foi tão grande que hoje a Ciência da Informação e tecnologia da informação estão frequentemente juntas na discussão sobre o percurso da área.

[Está estreitamente relacionada a outras ciências como:

Ciência da Informação e Biblioteconomia

A Ciência da Informação não é uma evolução da Biblioteconomia, conforme a crença de alguns autores, uma vez que cada uma delas se baseia em orientações paradigmáticas diferenciadas. As teorias da Ciência da Informação aliadas às novas tecnologias de informação vêm contribuindo com novas práticas e serviços bibliotecários. A Biblioteconomia e a Ciência da informação trabalham juntas na busca de solução para o mesmo problema que orienta a área, contudo, representam campos científicos norteados por paradigmas diferentes.

A Ciência da Informação passou a ser uma instituição de reflexão da informação[5], com o um campo que estuda a ação mediadora estre informação e o conhecimento acontecido no individuo. Nesse sentido, a Ciência da Informação difere da Biblioteconomia pelo valor colocado no foco com cada área “reflete” a importância relativa dos fluxos de informação que são internos e os voltados para exterior em um sistema de armazenamento e recuperação da informação.A Biblioteconomia olha, essencialmente, para um fluxo interno o seu sistema, que passa pela seleção, aquisição, catalogação, classificação, indexação, armazenamento, recuperação e disponibilidade para uso de itens de informação. A Ciência da Informação introduz um pensamento mais direcionado aos fluxos externos, localizados nas extremidades do fluxo interno a que foram referidos antes.

[editar] Paradigma da Ciência da Informação

O paradigma da Ciência da Informação [6]compõe-se de um grupo de idéias relativas ao processo que envolve o movimento da informação em um sistema de comunicação humana. Este paradigma surgiu nos anos 1950, quando idéias da engenharia de comunicações e teorias cibernéticas obtiveram êxito na representação das propriedades do sistema de transmissão de sinais em termos matemáticos. Tornou-se então, a base das tentativas para caracterizar e modelar o processo de recuperação da informação e/ou do documento. Este paradigma tem influenciado profundamente o campo da Biblioteconomia, contribuindo não só com palavra “informação” para dominar o novo campo, mas, também, suprindo a área com um conjunto completamente novo em termos com os quais os praticantes caracterizam suas atividades. O paradigma evidencia particularmente o fluxo de informação que ocorre em um sistema no qual objetos de representação do conhecimento (documento) são buscados e recuperados em resposta à pergunta iniciada pelo usuário Isso pressupõe uma grande extensão de assuntos específicos envolvendo processos também específicos-por exemplo, a criação e o crescimento do volume de documentos ma sociedade, a organização e a recuperação e também o seu uso. Esse modelo de sistema de informação tem origem em contexto mais geral, que é teoria matemática da comunicação. A teoria consiste em um ponto de origem (emissor), um canal pelo qual passa informação em um ponto de destino (receptor), com possibilidade de codificações decodificação para fins de retroalimentação. Essa estrutura tem sido aplicada em bibliotecas como modelo de recuperação de documento e para caracterizar agências que se dedicam às atividades tanto de biblioteconomia quanto de Ciência da Informação. O modelo permitiu estudos sobre fluxos de informação em agências públicas e privadas, entre membros de uma disciplina, profissões, especialistas etc. No campo da Ciência da Informação, este paradigma tem, então, como fenômeno central o movimento da informação em um sistema de comunicação. O processo é modelado em termos de fluxo da informação entre dois pontos através de um canal, permitindo, para controle, a incorporação do feedback. Este paradigma também contém fragilidade que não puderam ser superadas. O fato de orientar-se da Teoria da Matemática da Comunicação, idealizada para transmissão de sinais, ao ser transposto para o ambiente da Ciência da Informação, não permitiu considerar os aspectos cognitivos da informação e nem o desejo do usuário como componentes que alteram significativamente o processo de recuperação da informação dentro de um sistema. Pode-se notar que a literatura sobre os modelos matemáticos de recuperação da informação, assim como os conceitos de pertinência, relevância e outros, diminuiu, por algum tempo. Quando surgiu a rede mundial de computadores e, com isso, a oferta de inúmeros serviços de informação, esses modelos voltaram a ser preocupações de pesquisa.

A transmissão de um paradigma em crise para um novo não chega a ser um processo acumulativo. A reconstrução da área de estudo é feita a partir de novos princípios, reconstrução que altera algumas generalizações teóricas mais elementares do paradigma, bem como muitos de seus métodos e aplicações. Assim apesar da ação revolucionária do novo modelo, havendo coincidência entre os problemas que podem ser resolvidos por ambos. Parece ser este um momento de transição de área, quando ela testa nova teoria na busca de soluções para crise. Essa crise coincide com surgimento das novas tecnologias de processamento, armazenamento e disseminação da informação, principalmente deslocando os catálogos de bibliotecas de seus locais de origem, levando-os para perto dos usuários através das bases de dados. [7]A Ciência da Informação é uma área em construção, uma vez que é um campo disciplinar muito recente. Suas teorias e conceituações para o crescimento de seu campo teórico e de suas práticas profissionais dependem de uma boa formação acadêmica e compromisso por parte dos profissionais.

[editar] Possibilidades de Atuação e Habilidades Necessárias para o Profissional da Informação

A atuação do cientista/profissional da informação tem sido alvo de vários estudos. Com isso as habilidades específicas de tal profissional são:

• Interagir e agregar valor os processos de geração, transferência e uso da informação, em todo e qualquer ambiente.

• Criticar, investigar, propor, planejar, executar e avaliar recursos e produtos de informação.

• Trabalhar com fontes de informação de qualquer natureza.

• Processar a informação registrada em diferentes tipos de suporte, mediante a aplicação de conhecimentos teóricos e práticos de coleta, processamento, armazenamento e difusão da informação.

• Realizar pesquisas relativas a produtos, processamento, transferência e uso da informação.

O mercado de trabalho do cientista profissional da informação divide-se em três grandes grupos. [8]

Mercado Informacional Tradicional: que se prepõe de bibliotecas públicas, universitárias, escolares, especializadas, centro culturais e arquivos.

Mercado Informacional Existente e Não-Ocupado: que inclui editoras, livrarias, empresas privadas, provedores de internet, banco de dados.

Mercado Informacional de Tendências: que compreende a atuação em centros de informação/documentação em empresas privadas, banco e bases de dados eletrônicos e digitais, portais de conteúdo e portais de acesso na rede global (Internet) e em redes institucionais internas (Intranet).

A Association of Independent Information Professionals, aponta a possibilidade de atuação do profissional da informação nas áreas de: [9]

Business Research and Analysis - Relatórios de Negócios; empresa concorrente profiles / e finanças, planejamento de cenários, projeções financeiras, demográficas e outras, a análise estratégica e de negócios e planejamentos.

Mercado e Indústria, Investigação e Análise - Perfis da Indústria; scans de mídia, serviços de clipping ou feeds RSS em indústrias ou concorrentes; a coleta, organização e filtragem de dados; varreduras ambientais; análise da literatura de patentes, rastreamento e análise de políticas, apoio ao desenvolvimento económico; tecnologia de aferição.

Negócio - No atendimento a empresários executivos que necessitam de informação precisas que os mantenham em nível de competição com outras empresas. Estes podem ser considerados como clientes típicos e variam desde proprietário de empresas de pequeno porte aos diretores de grandes companhias, firmas de seguro e de investimento, agências de publicidade e relações públicas, indústrias de manufatura e serviço. Muitos profissionais da informação descobriram oportunidades novas em treinar seus clientes na pesquisa básica e no desenvolvimento da intranet, e, ainda, ao fornecerem serviços como valor agregado, como análise de resultados de pesquisa.

Pesquisa de Informações Online - Busca de Notícias; buscas na literatura comercial de banco de dados.

Informação / Gestão do Conhecimento - Gestão de informação e análise do conhecimento e planejamento, sistemas de gerenciamento de documentos, organização de arquivo; desenvolvimento wiki; histórias orais, auditorias de informação.

Pesquisa Jurídica – No gerenciamento de bibliotecas ou unidades de informação (públicas e/ou particulares) no campo jurídico, fornecendo informações sobre leis, estatutos, andamento de processos, recursos ou argumentos informacionais que podem ser realizados por advogados de defesa e/ou acusação em um julgamento.

Saúde – No processamento de informações (utilização de descritores, metadados, definição de linguagens de indexação e terminologias), desenvolvimento e gerenciamento de Sistemas de Informação, como Registros eletrônicos em Saúde e Prontuários Eletrônicos dos Pacientes, no gerenciamento de base de dados estatísticas e bibliográficas, por exemplo, sobre epidemias, cuidados com saúde, no fornecimento de informações que possam auxiliar médicos e enfermeiros no processo de tomada de decisão, subsidiar políticas públicas na área de saúde e promover programas de prevenção de doenças.

Banco de Finanças – Na recuperação e análise de informações estratégicas e competitivas determinantes para transações comerciais e financeiras de sucesso.

Poder Público – Em diversas instâncias, que vão desde atuação em universidades e centros de pesquisas até arquivos públicos e gestão de banco de dados que incluem documentos orçamentários, pesquisa sobre distribuição de renda, qualidade de vida e população.

Ciência e Tecnologia – No fornecimento de informação para o embasamento e a consolidação de pesquisas de profissionais de todas as áreas do conhecimento, atendendo desde pesquisadores de Ciências Exatas até os de Ciências Humanas e Biológicas. Todos esses campos apresentam possibilidades de reais atuações diretamente associada à capacidade de gestão de informações, à comunicação e à interdisciplinaridade com outras áreas, tendo na tecnologia uma fonte aliada.

Redação, edição e criação de documentos - Relatórios, white papers e propostas; publicação, edição, checagem dos fatos.

Treinamento e Consultoria - Palestras e oficinas sobre técnicas de pesquisa, consultoria em fontes de informação.

Biblioteca de Instalação e Manutenção - Levantamento de necessidades, planejamento de espaço, desenvolvimento de coleção, catalogação, manutenção da biblioteca em conjunto com a casa.